Projeto ensina como criar biojoias e valorizar a natureza

Analine Molinário

O que é bonito é para se admirar e respeitar, diz a sabedoria do povo.  Partindo de uma ideia como essa, a bióloga Maria Mercedes Teixeira da Rosa, professora do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia (IB) criou o projeto de biojoias. O trabalho consiste em fabricar adornos e acessórios como brincos, colares e chaveiros com materiais da natureza.  Um pouco da técnica foi ensinada pela professora na oficina ‘Fazendo arte com plantas – criando biojoias’, ontem, 20,  no Jardim Botânico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A oficina foi mais uma atividade da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, aberta a estudantes e comunidade externa.

Ao observar que alunos de biologia e de outros cursos diziam não gostar de plantas, Maria Mercedes avaliou que precisava mudar essa visão.  A professora, com base nos estudos de etnobotânica – área que estuda a relação do homem com as plantas – , percebeu que através do ensino de produção de biojoias poderia conscientizar as pessoas sobre a importância e necessidade de proteção aos vegetais.  “A oficina é para levar as plantas até as pessoas. Você só gosta do que conhece e cuida do que gosta”, afirma Mercedes.

Para fazer as joias,  é preciso de  sementes, fibras naturais, cascas de coco, capim, também conchas, madeira, ossos, penas, escamas e alguma criatividade. Um conceito aprendido no projeto, segundo a professora Mercedes, é o de sustentabilidade. Mostra-se ao aprendiz da oficina que uma planta pode render muito mais viva que cortada para extração de madeira. Ela acredita que ao entenderem a importância desse ser vivo para o meio ambiente, cria-se a necessidade de protegê-lo.

Os alunos do Programa de Iniciação à docência (PIBID) aprendem a produzir os adornos e depois compartilham em aulas sobre a importância das plantas para crianças das escolas de Seropédica. A fabricação de biojoias ainda pode ser uma fonte de renda e inclusão social, já que no Brasil existem projetos para ensinar presidiárias, pessoas com problemas mentais e idosos sob a forma de terapia ocupacional.

O estudante João Pedro Vasconcelos, 1º período de Licenciatura em Ciências Agrícolas (LICA), decidiu fazer a oficina para experimentar uma atividade diferente na Universidade. Já Glauciane Ribeiro, também do 1º período de LICA, participou da oficina por ter interesse no estudo de plantas, principalmente sementes. Ao se formar, ela pretende ensinar aos seus alunos a produção de biojoias.