Comunicar: sobre o jornalismo diário

Texto: Jéssica Reis
Fotos: Mariana Dias

Na terça, 18,  a I Semana de Comunicação Social (Comunicar) da UFRRJ concentrou-se no tema “Jornalismo diário: confluências entre impresso e internet”.  Para falar do assunto, nesse segundo dia do evento,  os estudantes contaram com a presença do superintendente de negócios do jornal O Dia, Henrique Freitas,  do editor de cidade e polícia do Jornal Extra, Fábio Gusmão, e de Cristina Rego, professora do curso de comunicação da UFRJ.

Entre os assuntos discutidos, estiveram as características necessárias a um profissional de Comunicação. Henrique Freitas destacou a curiosidade, o empenho e a realização de uma boa apuração como essenciais ao trabalho jornalístico. Fábio Gusmão afirmou ser “ indispensável apurar as notícias à exaustão para não ser negligente.”  Ainda sobre o assunto, foi proposta uma reflexão acerca da ética profissional e reforçada a conscientização sobre a relevância do jornalismo na construção da sociedade.

Muitas questões foram levantadas sobre a possível decadência do jornal impresso. Os palestrantes responderam que a maneira de se conversar com o público mudou, por isso, o jornalista necessita ser multiplataforma. Cristina Rego ressaltou que em qualquer meio, o comunicador  precisa lembrar-se das diferentes categorias de leitores.

A reflexão prosseguiu em direção às contribuições da internet para o jornalismo. A professora da UFRJ despertou a curiosidade dos alunos ao distribuir pedaços de barbante para realizar uma atividade. Cristina pediu que, segurando constantemente as pontas do barbante, eles tentassem dar um nó. Dentro de 1 minuto, ninguém havia realizado a proeza. Então, a professora revelou que seria possível se alguém tivesse tentado cruzar os braços antes de segurar o barbante. A atividade serviu para demonstrar, segundo ela, que não pode haver desenvolvimento sem que esse fosse acompanhado de envolvimento. Dessa forma, ela confessou seu receio com o futuro de um jornalismo que, com o advento das novas mídias, pode ser desenvolvido e, ao mesmo tempo “des-envolvido”.

Finalizando a palestra, Henrique Freitas apontou que a solução para esse entrave é saber usar as ferramentas tecnológicas em benefício da notícia.

Diploma universitário discutido na Semana Comunicar

Carolina Vaz

A I Semana Acadêmica de Comunicação Social (Comunicar), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), iniciou na segunda-feira, 17, com o tema central “Mercado de Jornalismo: Cenário Contemporâneo”. O evento propõe a realização, até sexta-feira, 21, de uma série de palestras de profissionais e acadêmicos sobre  as diversas áreas do jornalismo. No primeiro dia, o assunto foi a polêmica queda da obrigatoriedade do diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista.

A palestra “Diploma universitário: a formação específica para o jornalismo”  foi proferida pelo professor Leonel Azevedo Aguiar, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio. Ele traçou uma história da conexão entre os cursos de jornalismo, a influência do capitalismo, e os momentos de criação e  queda da obrigatoriedade do diploma de graduação em jornalismo. Leonel Aguiar defende a necessidade do curso superior específico para o trabalho jornalístico. Segundo ele, a população tem o direito a informações de qualidade, as quais o jornalista com qualificação acadêmica é capaz de produzir e cumprir a função de mediação social de interesses e conflitos da sociedade democrática.

Em seguida, alunos e professores fizeram perguntas e comentários sobre a necessidade da qualificação profissional para a execução das funções jornalísticas, as mudanças ocorridas desde 2009, grupos que apoiam a volta do diploma, entre outras questões.

A Comunicar 2011 vai até o dia 21, a partir das 18:30, no auditório Paulo Freire, ICHS-UFRRJ.