Dietas “malucas” prejudicam a saúde

Andreza Almeida

Muitas pessoas na procura por um corpo ideal recorrem a dietas. Às vezes, inventadas por elas mesmas . Mas os especialistas advertem: Além de causarem riscos à saúde, essas dietas também podem ser frustrantes. Isso porque com o fim do regime a pessoa geralmente volta ao peso anterior. Por isso, nada de exageros: bons hábitos alimentares e exercícios físicos são as melhores ações para beneficiar o corpo

Entrevistamos pessoas que fizeram dietas “malucas” e especialistas que nos contam como funcionam esses regimes e dão dicas de como emagrecer de maneira saudável.

O uso de agrotóxicos domina a produção de alimentos

A gigantesca demanda mundial por produtos agrários leva produtores a se utilizarem de artifícios que podem apresentar riscos à saúde e ao meio ambiente, como o abuso de sementes transgênicas e agrotóxicos.

Sandro Schutt Jr

Uma maneira popular para atender à demanda de bens agrários é acelerar o ritmo de produção com o uso de fertilizantes e herbicidas que fornecem ao solo minerais essenciais para o crescimento das plantas e eliminam ervas daninhas, doenças e pragas. O Brasil é o principal produtor de soja no mundo, responsável por 30% da produção mundial. Também é o maior consumidor de herbicidas e fertilizantes, somando 20% da demanda mundial de um herbicida em particular – o glifosato Roundup, da empresa norte-americana Monsanto.

O glifosato, conhecido no país como Mata-Mato, é um herbicida sistêmico de ação não seletiva (mata qualquer planta, prejudicial ou não) que atua na erradicação de agentes danosos, responsáveis por competir pelos nutrientes do solo e do ar (fósforo, potássio, nitrogênio) com plantas comercializáveis. Seu uso faz com que as plantas (devido à ausência de ervas daninhas) absorvam mais nutrientes do solo, se desenvolvam mais rápido e cheguem mais cedo aos mais variados mercados de todo o planeta.

Devido à baixa toxicidade do glifosato, não existem normas rigorosas na legislação brasileira que controlem de maneira eficaz o uso dessa substância. Mas o uso indiscriminado do glifosato faz com que as plantas se desenvolvam com suas funcionalidades orgânicas alteradas, assim como desenvolvam certo grau de toxicidade (0.90 mg/kg de grãos no caso da soja).

Em julho de 2014,  cientistas de todo o mundo reuniram-se na China para o Food Safety Sustainable Agriculture Forum 2014 (Fórum de Segurança de Alimentos e Agricultura Sustentável 2014), em Beijing, para discutir com autoridades e acadêmicos chineses os perigos das sementes transgênicas e o uso inadequado de agrotóxicos. As concessões para uso massivo da aplicação de soja transgênica carregada de glifosato no mercado chinês foi posta em debate ao se verificar os índices de saúde no país nas últimas décadas.

Necessidade e responsabilidade

Os danos ambientais e humanos causados por conta de produtos do setor agrário não se devem somente aos agrotóxicos. O fator “homem” sempre deve ser levado em conta nessa área. Para que um produto químico possa ser comercializado, precisa passar por uma rigorosa bateria de exames e experimentos impostos pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Segurança Sanitária (Anvisa). Esses testes visam determinar o nível de impacto negativo e positivo que o produto oferece. Caso se apresente eficiente em termos de produção, mas, seja muito danoso ao meio ambiente, não receberá o selo de segurança, assim como não contará nos registros governamentais como “produto legal”.

Quando um agrotóxico não atende às necessidades do produtor o mesmo pode recorrer a produtos ilegais, trazidos por meio de contrabando de países como Argentina e Paraguai, ou até mesmo usando dosagens maiores de produtos legalizados para conseguir um melhor efeito em sua safra.

Segundo o professor Aroldo Ferreira Lopes, do Departamento de Fitotecnia do Instituto de Agronomia da UFRRJ e ex-funcionário da Monsanto, a culpa é injustamente atribuída aos agrotóxicos por todos os danos causados. Reconhece que os compostos químicos apresentam certo nível de risco para o meio ambiente e para a saúde, mas defende que o uso inadequado e a falta de informação são os maiores vilões.  “Todo ano o Ministério da Saúde faz um levantamento chamado Programa de Análise em Resíduos em Alimentos. Se olharmos esse relatório da Anvisa, vemos que a maioria dos alimentos possui resíduos de agrotóxicos. Em muitos casos esses vestígios químicos encontrados em alimentos são de agrotóxicos não aprovados para cultura, o que é ainda mais grave, pois gera um problema ainda maior para a alimentação. Isso se dá porque o produtor pode não ter alternativas para o uso daquele produto ou por falta de informação, de saber que aquele produto que ele vem utilizando é ilegal. Hoje em dia temos tomate, pimentão, cebola, pepino, alface, soja, milho, etc., com problemas de resíduo de agrotóxicos que em muitos casos não são registrados para essas culturas”, informa o professor.

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A psicologia no tratamento do câncer em mulheres

O trabalho do psicólogo é essencial para enfrentar as etapas do processo de diagnóstico e tratamento da doença

Tayná Bandeira

O dia 04 de fevereiro é considerado o Dia Mundial de Combate ao Câncer.  É um dia especial para chamar atenção sobre a incidência, a prevenção e o tratamento de todos os tipos da doença. Também a cada ano, no mês de outubro dedicam-se esforços à difusão de informação específica sobre o câncer de mama. Outubro se tornou emblema da luta e prevenção contra o câncer de mama em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da saúde (OMS), a doença é a maior causa de mortes entre as mulheres e fica em quinto lugar quando mencionado em dados gerais.

O Outubro Rosa é um importante movimento de divulgação de informações sobre a doença. Desde 2002, monumentos e instituições públicas são iluminadas com a cor rosa como maneira de chamar a atenção das pessoas e visar à informação e prevenção contra o câncer. Ao iluminar os edifícios de rosa, uma linguagem visual é formada e compreendida em todos os lugares, por todos os cidadãos.

A mulher pode fazer o autoexame em casa, mas não substitui o exame feito pelo médico. Para uma análise mais concisa, o médico precisa ver a mamografia (radiografia das mamas). Caso seja detectado algum nódulo suspeito, o especialista pedirá outros procedimentos clínicos. Quando o exame dá positivo, se inicia o tratamento. Se diagnosticado precocemente, as chances de cura são mais de 80%.

Além dos cuidados oncológicos específicos, é importante também lembrar do acompanhamento psicológico do paciente. A professora do Departamento de Psicologia da UFRRJ Luna Rodrigues explicou sobre a responsabilidade do médico a cada etapa, desde a descoberta até a cura. “É fundamental que o paciente tenha acesso às informações daquilo que ele está vivenciando. A forma como o diagnóstico vai ser dado fará muita diferença na maneira como a mulher vai interpretar o que está acontecendo com ela. O médico precisa dar um espaço para a reação dessa mulher.”, disse a professora. Nesse contexto, a participação de um psicólogo é essencial. “O acompanhamento de um psicólogo especializado em saúde é muito importante nesse processo de recuperação. A psicologia prioriza a escuta do paciente, mesmo em contextos que ocorram tratamentos muito específicos, como a quimioterapia”, explicou Luna Rodrigues.  Como muitas vezes as mulheres se sentem afetadas também em relação à aparência e à identidade feminina, a professora diz que  “Um processo terapêutico é importante para que essa mulher elabore o que aconteceu com ela e possa falar sobre essas questões. Existem psicólogos que trabalham com o contexto hospitalar e existe uma área que é a psicooncologia, que é dedicada a esse tipo de especialidade”, comentou.

A professora Luna Rodrigues diz que é possível e muito importante para o tratamento do câncer um diálogo entre paciente e especialista. “Um passo fundamental do nosso trabalho é que antes de tentar dar qualquer tipo de solução é necessário reconhecer o sofrimento do outro. Porque não é uma experiência fácil, mas também não é incompatível com a vida.”

Celeste Conceição de Carvalho descobriu a doença aos 56 anos, em 2010. O câncer foi diagnosticado precocemente, fez o tratamento adequado e hoje está curada. “Quando descobri que tinha câncer fiquei bem chocada, mas reagi bem. O médico disse pra mim que eu precisava me cuidar, que ficaria curada e me deixou a vontade, foi realista”, disse. “Quando vi que venci o câncer me senti aliviada. Estou sempre me cuidando, faço o acompanhamento médico com mamografia e ultrassonografia das mamas .”
Ela venceu o câncer e manda um recado para as mulheres que estão passando por esse processo tão complexo: “O conselho que daria para as mulheres que descobrirem o câncer é de tentar não ficar triste. Hoje em dia, os avanços da medicina estão a nosso favor.”

É indispensável ir ao médico regularmente e fazer exames de rotina para se cuidar.  Outubro é o mês oficial do combate ao câncer, mas a prevenção contra a doença deve acontecer o ano inteiro. Para informações sobre o câncer de mama e outros tipos de câncer, procure canais como o Instituto Nacional do Câncer e Fundação do Câncer.