Jardim Botânico da Rural mostra espécies em perigo de extinção

Mariana Dias e Lucas Cruz
Fotos: Mariana Dias

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Sair da sala de aula para conhecer o ipê, o jacarandá-da-bahia, a braúna e outras espécies da flora brasileira foi o programa de alunos do 7º ano da Escola Municipal de Seropédica Valtair Gabi.  Na manhã do dia 20, eles  visitaram o Jardim Botânico da UFRRJ, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, e participaram da oficina “Verde em Perigo: Conhecendo espécies de plantas ameaçadas de extinção”. Bianca Ferreira,  aluna do 8º período de Biologia, e Verônica Moura, professora de botânica,  ambas da UFRRJ, guiaram os estudantes pelo passeio.

A oficina começou com uma explicação sobre a importância da preservação das espécies. Depois, seguiu por um passeio no Jardim Botânico da Universidade para a identificação de algumas espécies ameaçadas de extinção. Os alunos estavam acompanhados da professora de Ciências Candida Rezende, que ressaltou a importância de visitas como essas: “Tudo que posso costumo levar para sala de aula, mas têm algumas coisas que não dá. Em visitas como essas, eles tomam contato com o que estudam na escola”.  Durante a caminhada, os visitantes aprenderam curiosidades e características de diversas árvores, como os espinhos usados para a defesa e as sementes e frutos de cada uma.

No sorteio de mudas de pau-brasil, um dos alunos sorteados foi Lizandra Basílio, 12 anos. Para ela, a oficina foi, além de divertida, um aprendizado. “Adorei o passeio, porque pudemos ver aqui árvores mencionadas pela professora na escola. Adoro ciências, e realmente vi como é importante preservar as plantas”.

Depois de observar as árvores do Jardim Botânico, a turma foi ver a estufa de mudas. Os alunos de Agronomia Tiago Sampaio, do 7º período, e Maria Laura Ferreira, do 6º, mostraram para os jovens a importância dos vegetais no tratamento de doenças e do uso para produtos de higiene e cosméticos.  Além das informações e do conhecimento adquirido, os visitantes colheram trevos de quatro folhas para levar para casa.

Projeto ensina como criar biojoias e valorizar a natureza

Analine Molinário

O que é bonito é para se admirar e respeitar, diz a sabedoria do povo.  Partindo de uma ideia como essa, a bióloga Maria Mercedes Teixeira da Rosa, professora do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia (IB) criou o projeto de biojoias. O trabalho consiste em fabricar adornos e acessórios como brincos, colares e chaveiros com materiais da natureza.  Um pouco da técnica foi ensinada pela professora na oficina ‘Fazendo arte com plantas – criando biojoias’, ontem, 20,  no Jardim Botânico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A oficina foi mais uma atividade da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, aberta a estudantes e comunidade externa.

Ao observar que alunos de biologia e de outros cursos diziam não gostar de plantas, Maria Mercedes avaliou que precisava mudar essa visão.  A professora, com base nos estudos de etnobotânica – área que estuda a relação do homem com as plantas – , percebeu que através do ensino de produção de biojoias poderia conscientizar as pessoas sobre a importância e necessidade de proteção aos vegetais.  “A oficina é para levar as plantas até as pessoas. Você só gosta do que conhece e cuida do que gosta”, afirma Mercedes.

Para fazer as joias,  é preciso de  sementes, fibras naturais, cascas de coco, capim, também conchas, madeira, ossos, penas, escamas e alguma criatividade. Um conceito aprendido no projeto, segundo a professora Mercedes, é o de sustentabilidade. Mostra-se ao aprendiz da oficina que uma planta pode render muito mais viva que cortada para extração de madeira. Ela acredita que ao entenderem a importância desse ser vivo para o meio ambiente, cria-se a necessidade de protegê-lo.

Os alunos do Programa de Iniciação à docência (PIBID) aprendem a produzir os adornos e depois compartilham em aulas sobre a importância das plantas para crianças das escolas de Seropédica. A fabricação de biojoias ainda pode ser uma fonte de renda e inclusão social, já que no Brasil existem projetos para ensinar presidiárias, pessoas com problemas mentais e idosos sob a forma de terapia ocupacional.

O estudante João Pedro Vasconcelos, 1º período de Licenciatura em Ciências Agrícolas (LICA), decidiu fazer a oficina para experimentar uma atividade diferente na Universidade. Já Glauciane Ribeiro, também do 1º período de LICA, participou da oficina por ter interesse no estudo de plantas, principalmente sementes. Ao se formar, ela pretende ensinar aos seus alunos a produção de biojoias.